dezembro 26, 2025

Ludwig M

Lula usa Natal para radicalizar à esquerda e entrega palanque a Flávio

Lula usa Natal para radicalizar à esquerda e entrega palanque a Flávio

Lula fez um pronunciamento de seis minutos na véspera do Natal que não passou de um comício antecipado. O pronunciamento de Natal do presidente foi ao ar em cadeia nacional de rádio e televisão na noite do dia 24 de dezembro. Em vez de unir o país numa data simbólica, o petista escolheu radicalizar ainda mais à esquerda. A principal promessa? O fim da escala 6×1, sem redução de salário, é uma demanda do povo que cabe a nós, representantes do povo, escutar e transformar em realidade. Não é sobre justiça social. É estratégia eleitoral pura.

Nota editorial: Este conteúdo tem caráter analítico e opinativo, baseado em debates públicos e fontes abertas. Não afirma como fatos comprovados condutas ilegais ou ilícitas. Seu objetivo é promover reflexão crítica sobre temas de interesse público.

A tática da promessa eleitoreira revelada

O pronunciamento de Lula não enganou analistas políticos. A estratégia é clara: guardar a promessa do fim da escala 6×1 para usar como moeda eleitoral em 2026. Segundo observadores da política nacional, ele não quer aprovar essa medida antes da eleição. Prefere acenar com a promessa para o eleitor trabalhador.

Isso explica por que o tema ganhou tanto destaque numa mensagem natalina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o fim da escala 6×1, sem redução de salário, no tradicional pronunciamento de Natal, nesta quarta-feira (24/12), e levou à rede nacional de rádio e televisão temas que devem compor o discurso da campanha petista para as eleições de 2026.

A questão trabalhista vira munição política. Enquanto isso, o trabalhador brasileiro continua na mesma situação. Mas agora tem uma promessa nova para acreditar. É o velho jogo: criar expectativa, gerar esperança e colher votos.

Críticos apontam que essa estratégia pode sair pela culatra. Se o Congresso aprovar a medida antes de 2026, Lula perde um de seus principais trunfos eleitorais. Por isso a pressão para que parlamentares esperem o momento certo.

Números questionáveis sobre o mapa da fome

Lula fez questão de comemorar a saída do Brasil do “mapa da fome” da ONU. Saímos do Mapa da Fome. Estar neste mapa significa que muita gente no país não tem o que comer. O Brasil tinha saído dessa situação em 2014, mas andou para trás, e encontramos um país com 33 milhões de pessoas passando fome.

O problema é que esses números da ONU refletem mais critérios políticos do que realidade concreta. O mesmo órgão internacional que coloca países como Cuba fora do mapa da fome, enquanto sabemos dos problemas de abastecimento na ilha. A metodologia considera fatores burocráticos que nem sempre correspondem à situação real das pessoas.

Enquanto Lula comemora estatísticas internacionais, a inflação de alimentos continua corroendo o poder de compra do brasileiro. O preço da carne, do feijão, do arroz não mudou porque o Brasil saiu de uma lista da ONU. A conta do supermercado continua pesada para milhões de famílias.

Essa é uma tática recorrente: usar dados internacionais favoráveis para mascarar problemas domésticos. Funciona bem em discursos, mas não resolve o problema de quem luta para colocar comida na mesa todo mês.

Transposição do São Francisco: o eterno jogo de empurra

Um dos momentos mais constrangedores do pronunciamento foi quando Lula tentou se apropriar da transposição do rio São Francisco. Segundo análises da imprensa, a obra foi inaugurada no governo anterior, mas o petista insistiu em creditá-la à sua gestão atual.

O presidente também lembrou da transposição do Rio São Francisco e afirmou que obras do Novo PAC estão presentes “em milhares de cidades”. Essa tentativa de reescrever a história recente mostra o desespero por conquistas concretas para apresentar.

A transposição é uma obra de décadas, que atravessou vários governos. Tentar monopolizar o crédito revela mais sobre a fragilidade da narrativa governamental do que sobre realizações efetivas. É o mesmo padrão: pegar obra começada ou concluída por outros e pintar com as cores do partido.

O eleitor brasileiro não é bobo. Lembra quem cortou a fita, quem estava presente nas inaugurações. Essa estratégia de apropriação indevida pode gerar mais desconfiança do que aprovação popular.

Crime organizado e o teatro da segurança pública

Lula dedicou parte do discurso à segurança pública, tema sensível para a população. “A Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado. O combate às facções criminosas chegou pela primeira vez ao andar de cima.”

A mensagem é clara: estamos perseguindo os “verdadeiros” criminosos, os de colarinho branco. Mas essa narrativa ignora a realidade do brasileiro comum, que é assaltado na porta de casa pelo criminoso do bairro, não pelo executivo da Faria Lima.

O cidadão que usa transporte público, caminha pelas ruas à noite, trabalha no comércio, sabe exatamente quem são os bandidos que afetam sua vida diária. Não são os investigados em operações da Polícia Federal. São os traficantes locais, os assaltantes de esquina, os que dominam territórios urbanos.

Essa retórica de “andar de cima” soa como desculpa para não enfrentar a criminalidade que realmente incomoda a população. É mais fácil fazer operação midiática contra empresários do que enfrentar facções que controlam favelas e perifeiras.

A radicalização calculada rumo a 2026

Lula destacou ainda programas sociais e obras de infraestrutura como o “Agora Tem Especialistas”, “Pé-de-Meia” “Gás do Povo e o Luz do Povo”, “Minha Casa Minha Vida” e a chegada do “Reforma Casa Brasil.” Cada programa mencionado é uma promessa de gasto público maior, de Estado mais presente, de governo mais interventor.

Segundo analistas políticos, essa radicalização à esquerda tem uma lógica eleitoral clara. Lula percebeu que perdeu o centro político e agora precisa consolidar a base esquerdista. A estratégia é mobilizar o eleitor ideológico, mesmo que isso afaste o moderado.

O problema dessa tática é que o Brasil de 2025 não é o mesmo de 2002. O eleitor viveu experiências econômicas diferentes, viu promessas semelhantes não se concretizarem, conheceu alternativas políticas. A radicalização pode energizar militantes, mas também pode espantar quem busca governos equilibrados.

Cada programa social mencionado representa mais gastos públicos, mais pressão inflacionária, mais impostos necessários. O trabalhador que ouve as promessas é o mesmo que paga a conta no final. Não há mágica em política pública.

Centrão político versus eleitor de centro

Uma confusão comum na análise política brasileira é misturar o “centrão” com o “eleitor de centro”. São coisas completamente diferentes. O centrão são partidos fisiológicos que se aliam a quem está no poder. Union Brasil e PP exemplificam essa postura oportunista.

Segundo reportagens recentes, a Casa Branca reconheceu “progresso inicial” nas negociações iniciadas após ligação entre Lula e Trump em outubro, abrindo caminho para a revisão parcial das medidas punitivas. Hugo Mota, do PP, já sinaliza reaproximação com o governo federal.

Esses partidos não têm projeto nacional definido. Querem ministérios, emendas parlamentares, cargos de confiança. Se o governo oferece essas benesses, eles apoiam qualquer agenda, seja de esquerda ou direita. É o famoso “toma lá, dá cá” da política brasileira.

Já o eleitor de centro é diferente. Esse sim pode ser influenciado pela radicalização petista. Quando Lula fala em acabar com escala 6×1, em mais programas sociais, em perseguir empresários, parte desse eleitorado se assusta. Vê sinais de autoritarismo, de populismo, de irresponsabilidade fiscal.

O presente envenenado para Flávio Bolsonaro

Paradoxalmente, a radicalização de Lula pode ser o melhor presente para Flávio Bolsonaro na disputa de 2026. Cada movimento à esquerda que o petista faz empurra eleitores moderados para a direita. É matemática eleitoral simples.

O pronunciamento de Natal evidenciou essa estratégia equivocada. Em vez de construir pontes com o centro político, Lula escolheu falar para as arquibancadas da esquerda. Repetiu chavões conhecidos, prometeu mais Estado, atacou adversários de sempre.

Flávio Bolsonaro pode simplesmente se posicionar como alternativa moderada, responsável, não radical. Enquanto Lula fala em perseguir empresários, Flávio pode defender o empreendedorismo. Enquanto Lula promete mais gastos públicos, Flávio pode falar em responsabilidade fiscal.

A polarização funciona quando se tem 50% mais um do eleitorado garantido. Mas as pesquisas mostram que Lula não tem essa base sólida. Precisa conquistar o centro para vencer. E a radicalização afasta exatamente esses eleitores que precisa atrair.

Diante de tudo isso, a pergunta que fica é: Lula está realmente interessado em governar o país ou apenas em mobilizar sua base ideológica? O pronunciamento de Natal deu pistas claras sobre a resposta.

Fontes

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