dezembro 27, 2025

Ludwig M

Flávio Bolsonaro atinge 41% e empata tecnicamente com Lula

Flávio Bolsonaro atinge 41% e empata tecnicamente com Lula

Em menos de três semanas como pré-candidato oficial, Flávio Bolsonaro já empata tecnicamente com Lula em nova pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas. O senador registra 41% das intenções de voto no segundo turno, contra 44,1% do presidente. Com margem de erro de 2,2 pontos, os números configuram empate técnico e acenam uma disputa aberta para 2026.

Nota editorial: Este conteúdo tem caráter analítico e opinativo, baseado em debates públicos e fontes abertas. Não afirma como fatos comprovados condutas ilegais ou ilícitas. Seu objetivo é promover reflexão crítica sobre temas de interesse público.

A metamorfose do eleitor: de Jair para Flávio

Os números revelam uma transferência impressionante. Flávio aparecia nas sondagens com 19,2% das intenções de voto em outubro e 19,7% em novembro. Depois que passou a ser o nome oficial do ex-presidente na disputa, subiu oito pontos percentuais. Uma escalada que confirma o que analistas libertários já alertavam: o eleitor brasileiro não vota em projetos. Vota em sobrenomes.

O instituto Paraná Pesquisas confirma que Flávio alcançou 41% contra os 44,1% de Lula. Considerando a margem de erro de 2,2 pontos percentuais, o resultado configura empate técnico. É uma reviravolta histórica. Em outubro, segundo a mesma pesquisa, Lula venceria Flávio por 46,7% a 37%. A diferença de quase dez pontos evaporou em dois meses.

Murilo Hidalgo, CEO do Instituto Paraná Pesquisas, confirma que Flávio Bolsonaro já captou cerca de 90% dos votos do pai. Esse é o primeiro grande desafio de qualquer candidato que precisa se nacionalizar. Flávio já superou essa etapa. O processo que deveria levar meses aconteceu em semanas. O sobrenome Bolsonaro continua sendo uma força eleitoral implacável.

A consolidação foi rápida demais para ser coincidência. Demonstra que o eleitorado conservador não estava perdido. Estava esperando uma liderança clara. Quando Jair Bolsonaro anunciou Flávio como seu sucessor político, a transferência de votos aconteceu quase automaticamente. É assim que funciona a política no Brasil: o povo confia em pessoas, não em instituições.

O teto de concreto que ninguém quer admitir

Lula enfrenta um problema que seus estrategistas preferem ignorar. Não consegue passar dos 44% em nenhum cenário testado. No segundo turno, a vantagem de Lula para Flávio também caiu desde outubro. O presidente chegou ao seu limite eleitoral. Não há mais para onde crescer.

As pesquisas mostram um padrão consistente. Contra Teresa Cristina, candidata menos conhecida que ficou com apenas 30% dos votos, Lula não passou de 44%. Contra Flávio, 44,1%. Contra Tarcísio, segundo outras pesquisas, oscila entre 45% e 47%. O teto está ali, sólido como concreto. Lula esgotou sua capacidade de expansão eleitoral.

Como o presidente ganhou em 2022 se seu teto é 44%? A resposta está na conjuntura específica daquele momento. Parte do eleitorado conservador, contrariado com algumas posições de Bolsonaro, votou em Lula apenas para tirá-lo do poder. Esperavam uma alternativa moderada para 2026. Essa alternativa não apareceu. O PSDB morreu politicamente. O Centro não produziu lideranças nacionais. Restou a polarização.

Agora, em 2026, será a mesma disputa de 2022, mas com uma diferença crucial. O eleitor de direita que votou em Lula por rejeição a Bolsonaro já sabe que não há terceira via viável. Ou vota no candidato que representa suas convicções ou vota contra elas. A matemática mudou a favor da direita.

A esquerda assombrada pelos próprios fantasmas

O desespero petista é palpável. Até dezembro, tratavam Flávio como “presente de Natal”. Diziam que seria fácil derrotá-lo. Os números mostraram que subestimaram o adversário. O filho não é o pai, mas carrega o mesmo potencial eleitoral. Talvez até maior, por não carregar todo o desgaste das polêmicas presidenciais.

Para Lula, os dados indicam a necessidade de conter a consolidação do adversário antes do início oficial da campanha. Mas como conter algo que já está consolidado? Flávio chegou a 90% dos votos do pai sem fazer campanha oficial. Sem comício, sem propaganda, sem recursos. Apenas com o anúncio da candidatura.

A estratégia petista de demonizar os Bolsonaros pode ter perdido eficácia. O eleitor que rejeita a família já não votaria mesmo. O eleitor que simpatiza com ela permanece fiel. A polarização não beneficia mais apenas um lado. Beneficia quem consegue mobilizar melhor sua base. E Flávio está mobilizando sem esforço.

O governo tentará usar a máquina pública a seu favor, como sempre faz. Anúncios de obras, programas sociais, benesses distribuídas em ano eleitoral. Mas há um limite para o que o dinheiro público consegue comprar em termos de votos. Lula já atingiu esse limite. Não há mais muito o que fazer além de torcer para que o adversário cometa erros graves.

Tarcísio: a carta na manga que não foi jogada

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, perderia por 47% a 42% segundo o Datafolha. O instituto destaca Tarcísio como nome competitivo, com diferença de apenas 1,5 ponto percentual em seu cenário conforme o Paraná Pesquisas. Entre todos os nomes da direita, Tarcísio é quem mais se aproxima numericamente de Lula.

Por que Tarcísio não disputará? A resposta está na política real, não na política dos institutos de pesquisa. Tarcísio sabe que não teria o apoio integral da base bolsonarista. Parte significativa do eleitorado conservador só aceita um nome ungido por Bolsonaro. Sem essa bênção, qualquer candidatura de direita nasce dividida. E direita dividida é vitória garantida para Lula.

Além disso, Tarcísio registra 20% de rejeição, entre as menores, e isso combinado ao desempenho nos cenários ajuda a explicar por que desponta como um dos nomes mais competitivos da direita. Mas competitividade em pesquisa não se converte automaticamente em viabilidade política. Tarcísio escolheu apoiar Flávio e manter-se no governo de São Paulo. Foi uma decisão estratégica inteligente.

A escolha de Tarcísio também revela maturidade política. Ele entendeu que 2026 não é sua eleição. Melhor apoiar um nome que unifica a direita do que fragmentar o campo conservador numa disputa fratricida. Em política, saber esperar é tão importante quanto saber atacar. Tarcísio esperará sua vez em 2030.

Os números que a mídia não quer mostrar

Enquanto o Datafolha mostrava Lula com 15 pontos de vantagem sobre Flávio, uma pesquisa da empresa Gerp mostrava empate técnico entre os dois. Na simulação de primeiro turno, Lula liderava com 34% das intenções de voto, enquanto Flávio aparecia em segundo lugar, com 25%. A diferença entre institutos é significativa. E suspeita.

O Instituto Paraná Pesquisas tem credibilidade técnica comprovada. A pesquisa mostra que a disputa presidencial de 2026 entrou em uma nova fase. Flávio Bolsonaro deixou de ser apenas uma alternativa e passou a figurar como um concorrente viável no cenário eleitoral. Os institutos ligados à grande mídia resistem a admitir essa realidade. Mas os números são teimosos.

A metodologia importa. A pesquisa abrangeu eleitores de 26 estados e do Distrito Federal, totalizando 163 municípios. Não foi uma pesquisa metropolitana ou regional. Foi nacional, representativa, com margem de erro baixa. Os resultados não podem ser ignorados por preferências ideológicas dos veículos de comunicação.

Informação é poder. Quando os números contrariam a narrativa, a tentação é esconder os números. Mas numa democracia real, o eleitor tem direito de conhecer todos os dados. Inclusive aqueles que desagradam aos donos dos meios de comunicação. A verdade não precisa de decreto para existir. Precisa apenas de liberdade para ser divulgada.

O efeito dominó nas candidaturas de direita

Outros pré-candidatos avaliados permanecem distantes. O governador Ratinho Junior aparece com 9% das intenções de voto. O ex-ministro Ciro Gomes registra 7,9%. Ambos seguem atrás de Flávio Bolsonaro e não disputam a liderança do campo oposicionista. A consolidação de Flávio varreu as alternativas.

Ronaldo Caiado, que sonhava com uma candidatura própria, vê seus números definharem. Ronaldo Caiado aparece com 4% no cenário com Jair Bolsonaro. Teresa Cristina, aposta do agronegócios, registra apenas 1,4%. Romeu Zema, governador mineiro que flertava com a candidatura, soma 1,6%. Números insignificantes.

A “terceira via” que tanto prometeram simplesmente não existe. O eleitorado brasileiro não quer meio-termo. Quer definição clara. Ou está com Lula ou está com os Bolsonaros. Essa polarização incomoda os analistas de classe média, mas reflete fielmente o sentimento popular. O povo não tem paciência para nuances. Quer escolhas objetivas.

Para os defensores do livre mercado, isso traz uma lição importante. As eleições são um mercado como qualquer outro. O produto que atende melhor às demandas dos consumidores (eleitores) é o que prevalece. Flávio Bolsonaro atende às demandas do eleitorado conservador melhor que qualquer alternativa disponível. Por isso está vencendo a competição.

O que os libertários podem esperar de 2026

Uma vitória de Flávio Bolsonaro representaria continuidade das pautas de liberdade econômica iniciadas no governo anterior? A resposta não é simples. Flávio não é uma cópia fiel do pai. Tem posições próprias, algumas mais alinhadas com o livre mercado, outras nem tanto. Mas certamente representa uma barreira contra o avanço do estatismo petista.

O governo Lula caminha para transformar o Brasil numa versão tropical da Venezuela. Mais impostos, mais regulações, mais controle sobre a economia. Flávio, mesmo com limitações, representa resistência a esse projeto. Para libertários pragmáticos, pode não ser o candidato ideal, mas é o único capaz de derrotar a esquerda autoritária.

A agenda econômica será definida menos pelo presidente e mais pelo Congresso Nacional. Um governo Flávio Bolsonaro provavelmente teria maioria parlamentar conservadora, mais aberta a reformas liberalizantes. Um terceiro mandato de Lula consolidaria uma maioria estatizante no Legislativo. A escolha, para libertários, deveria ser óbvia.

Além disso, há a questão das liberdades individuais. O governo Lula promove censura disfarçada de “combate às fake news”, controla redes sociais através de decisões judiciais questionáveis, e usa a máquina estatal para perseguir opositores. Um governo de direita, mesmo imperfeito, oferece mais garantias para as liberdades básicas que um de esquerda autoritária.

A matemática eleitoral não mente

Os números mostram uma tendência clara e consistente. O avanço do senador altera a leitura predominante sobre a corrida presidencial. Até recentemente, a avaliação era de que Lula caminharia para uma reeleição com menor grau de competição. Os novos números apontam um reposicionamento do bolsonarismo em torno de um nome único. A direita se unificou. A esquerda atingiu seu teto.

Faltam menos de dois anos para a eleição. Flávio ainda não começou a fazer campanha oficial. Não teve tempo de televisão, não fez comícios nacionais, não apresentou propostas detalhadas. Mesmo assim, já empata com um presidente no exercício do mandato, com toda a máquina pública a seu favor. Os números de crescimento são impressionantes para qualquer padrão internacional.

Se Flávio consegue esse desempenho apenas com o anúncio da candidatura, o que acontecerá quando começar a campanha real? Quando tiver tempo de TV, recursos oficiais, palanques nos estados? A tendência de crescimento pode se acelerar. Lula, ao contrário, já mostrou tudo que tinha para mostrar. Não há mais cartadas na manga.

A matemática é implacável. Lula precisa manter todos os seus votos atuais e ainda conquistar eleitores novos. Flávio precisa apenas manter a atual trajetória de crescimento. Historicamente, candidatos em ascensão tendem a continuar subindo até encontrar seu teto real. Candidatos estagnados tendem a permanecer estagnados ou cair. Lula está estagnado. Flávio está subindo.

Não é incompetência da esquerda. É matemática eleitoral pura. Quando um candidato atinge seu limite de crescimento e o adversário ainda tem margem para expandir, a tendência é clara. A única incógnita é se haverá tempo suficiente para a virada completa antes da eleição. Pelos números atuais, tempo é o que não falta para Flávio Bolsonaro.

A polarização que tanto criticam pode estar selando o destino de 2026. Lula conseguiu sua fatia máxima do eleitorado. Flávio está conquistando a sua. E numa democracia, quem soma mais votos vence a eleição. É simples assim. O resto é conversa para analista de televisão.

Diante de números tão expressivos e de uma tendência tão clara, resta uma pergunta: a esquerda está preparada para aceitar uma derrota eleitoral? Ou tentará questionar o resultado como fez com Trump nos Estados Unidos? A democracia brasileira pode estar prestes a enfrentar seu maior teste desde a redemocratização.

Fontes

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