
O ministro Gilmar Mendes tomou uma decisão que expõe o verdadeiro objetivo de todo o teatro jurídico dos últimos anos: acabar de vez com Bolsonaro politicamente. Ao criar barreiras praticamente intransponíveis para o impeachment de ministros do STF, Gilmar não estava protegendo a democracia. Estava tentando matar a última esperança dos brasileiros que ainda acreditam em mudança.
A pergunta que ninguém está fazendo é a mais importante: por que agora? Este Senado, comandado por Davi Alcolumbre e dominado pelo centrão, jamais faria impeachment de ministro do STF. Não há risco algum. Então por que Gilmar se adiantou?
A resposta está nas pesquisas. Bolsonaro segue empatado com Lula nas intenções de voto. Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro aparecem como alternativas viáveis. Depois de tanta perseguição, prisão e inelegibilidade, o ex-presidente simplesmente se recusa a morrer politicamente.
O timing suspeito da decisão de Gilmar Mendes
Estrategicamente, a decisão de Gilmar Mendes não faz sentido algum. Se o objetivo fosse apenas se proteger de um futuro impeachment, ele poderia aguardar. Seria muito mais eficaz tomar essa decisão no momento exato em que o Senado iniciasse qualquer processo contra ministros do STF.
Imaginem o cenário: senadores começam a votar um impeachment, e de repente o STF para tudo alegando inconstitucionalidade. Seria um golpe certeiro, obrigando o Senado a recomeçar todo o processo. Ganharia tempo, desgastaria os opositores e criaria mais confusão jurídica.
Mas Gilmar escolheu se antecipar. Criou um problema desnecessário para si mesmo. Escancarou ainda mais o autoritarismo do STF. Transformou uma jogada que poderia ser discreta numa declaração aberta de guerra contra o Congresso Nacional.
Essa pressa revela desespero. Não é estratégia jurídica. É pânico político.
A imprensa finalmente admite os excessos do STF
Nos últimos meses, algo mudou no cenário midiático brasileiro. Veículos tradicionais começaram a publicar editoriais admitindo que o STF se excedeu. A Gazeta do Povo fala em “onda de confissões envergonhadas sobre o arbítrio do STF”.
Jornalistas que aplaudiram cada decisão autoritária contra Bolsonaro agora pedem “volta à normalidade”. O discurso é cínico: tudo bem perseguir o ex-presidente, mas agora é hora de parar. Como se o autoritarismo fosse aceitável quando usado contra quem eles não gostam.
Essa mudança de tom na imprensa assustou o STF. Eles perceberam que perderam até mesmo parte dos aliados na mídia. A decisão de blindar ministros de impeachment só piorou essa situação, confirmando todas as críticas sobre o descontrole da Corte.
O STF decidiu que manda no país e ninguém pode fazer nada contra eles. Isso não é democracia. É autoritarismo puro.
Bolsonaro se recusa a morrer politicamente
O grande erro de cálculo do STF foi tratar Bolsonaro como um fenômeno político tradicional. Acharam que bastaria tirá-lo do poder para acabar com o bolsonarismo. Não funcionou. Tornaram-no inelegível. Bolsonaro continuou forte. Inventaram acusações de golpe. O ex-presidente segue liderando pesquisas.
Bolsonaro não é Lula, não é Collor, não é um fenômeno político tradicional. Ele surgiu das redes sociais, de baixo para cima. Não depende de máquina partidária ou apoio da mídia tradicional. Por isso é impossível destruí-lo usando métodos convencionais.
As pesquisas recentes da Atlas Intel confirmam o pesadelo do STF: Bolsonaro empatado com Lula. Tarcísio e Michelle Bolsonaro também aparecem bem posicionados. Depois de toda a perseguição, o eleitorado conservador não abandonou suas lideranças.
O STF apostou todas as fichas na destruição política de Bolsonaro. Perdeu a aposta. Agora não sabe como voltar atrás.
A estratégia desesperada de ressuscitar o PSDB
Por trás de toda essa perseguição está um projeto político claro: ressuscitar o PSDB. Ministros como Gilmar Mendes, Barroso e Alexandre Moraes sentem falta da antiga “direita” brasileira – que na verdade era centro-esquerda disfarçada.
Eles sabem que, enquanto existir uma direita de verdade no Brasil, o PSDB jamais voltará ao poder. Por isso precisavam destruir o bolsonarismo. Queriam que os eleitores voltassem a votar em nomes como Aécio Neves ou João Dória.
A estratégia fracassou completamente. O eleitorado conservador não tem interesse em voltar aos tempos do PSDB. Prefere manter a lealdade a Bolsonaro, mesmo com ele preso e inelegível.
A decisão de blindar o STF é um recado claro: “Desistam do Bolsonaro. Votem no PSDB novamente”. Mas ninguém está ouvindo.
O medo do impeachment que pode vir
Existe uma segunda possibilidade para o timing da decisão de Gilmar. Talvez ele saiba de algo que ainda vai acontecer nos próximos meses. Algo tão grave que até mesmo este Senado atual, dominado pelo centrão, seria obrigado a considerar impeachment.
Essa hipótese explicaria a pressa em se proteger. Gilmar pode estar se antecipando a um escândalo ou revelação que ainda não veio à tona. Daí a necessidade de blindar o STF antes que seja tarde demais.
Mas mesmo essa teoria tem furos. Estrategicamente, seria melhor aguardar o problema surgir e então tomar a decisão. Antecipar-se assim só chama atenção desnecessária e confirma que há algo a esconder.
A separação recente de Gilmar da esposa também levanta questões. Seria uma preparação para algo que está por vir?
Senado atual jamais faria impeachment
A realidade é que o atual Senado, presidido por Davi Alcolumbre, jamais aprovaria impeachment de ministro do STF. A maioria dos senadores pertence ao PSD e outros partidos do centrão. Não há coragem política nem votos suficientes.
Mesmo que alguns senadores tenham assinado pedidos de impeachment, isso não significa que votariam quando chegasse a hora. Uma coisa é assinar um “abaixo-assinado” para marcar posição. Outra é enfrentar o STF numa votação real.
Gilmar Mendes sabia disso. Por isso sua decisão não pode ser explicada apenas pelo medo de impeachment iminente. O objetivo é outro: acabar com a esperança.
Ele quer que o povo desista de Bolsonaro. Que pare de acreditar na possibilidade de mudança. Que aceite o sistema como está.
A mensagem por trás da blindagem
A verdadeira mensagem da decisão de Gilmar é política, não jurídica. Ele está dizendo ao eleitorado conservador: “Parem de sonhar. Não há saída. O sistema não pode ser mudado”.
É uma tentativa desesperada de quebrar a moral dos brasileiros que ainda acreditam em alternativas. Gilmar quer que as pessoas concluam que é inútil lutar, que é melhor se acomodar.
Mas a estratégia pode sair pela culatra. Em vez de desanimar os eleitores conservadores, a blindagem do STF pode revoltá-los ainda mais. Pode aumentar a percepção de que o sistema está completamente corrompido.
O autoritarismo escancarado tem esse efeito: desperta até mesmo os acomodados.
Diante de tudo isso, fica a pergunta: até quando o STF vai insistir numa estratégia que claramente não está funcionando? O desespero de Gilmar Mendes só confirma que Bolsonaro continua sendo o maior medo deles. E você, o que pensa sobre essa tentativa de acabar com a esperança de mudança?


