
A base monetária se expande para sustentar a máquina de benefícios indexados. Os preços sobem, a moeda perde poder de compra e o trabalhador que o Estado prometeu proteger descobre que continua sem emprego formal, com cesta básica cara e sem liberdade para decidir quanto vale o próprio trabalho.
Em vez de permitir que empregadores e empregados negociem livremente conforme produtividade, região e setor, o governo usa o salário mínimo como ferramenta de marketing político. O resultado é sempre o mesmo: mais gente desempregada, mais inflação e menos liberdade econômica.
A solução que o governo não quer ouvir
A alternativa libertária é clara: acabar com o piso nacional obrigatório e permitir negociação livre entre as partes. Empresas pagariam conforme sua capacidade e produtividade local. Trabalhadores teriam liberdade para aceitar ou recusar ofertas baseadas em suas necessidades e alternativas.
Regiões menos desenvolvidas poderiam atrair investimentos com custos de mão de obra compatíveis com sua realidade produtiva. Jovens e trabalhadores inexperientes teriam oportunidade de entrar no mercado e adquirir experiência, mesmo ganhando inicialmente menos.
Benefícios sociais poderiam ser desvinculados do salário mínimo e pagos conforme critérios de necessidade real, não indexação automática. Isso eliminaria o efeito cascata que transforma cada reajuste em expansão bilionária de gastos públicos.
Mas essa solução exigiria que o governo abrisse mão de uma das suas principais ferramentas de controle e marketing político. Por isso mesmo, ela jamais será considerada pelos burocratas que vivem da perpetuação do problema.
Os números revelam a farsa
Os próprios dados oficiais desmentem a narrativa de proteção social. O Brasil mantém 40% da força de trabalho na informalidade, taxa de desemprego persistentemente alta e inflação crônica. Países sem salário mínimo ou com pisos regionalizados apresentam melhores indicadores de emprego e renda.
O impacto de R$ 400 milhões para cada real adicional no piso significa que o aumento de R$ 109 previsto para 2026 custará aproximadamente R$ 43,6 bilhões extras aos cofres públicos. Esse valor poderia financiar hospitais, escolas ou redução de impostos, mas será consumido pela máquina de indexação.
A conta não fecha nem na matemática mais básica. O governo promete dar mais dinheiro a milhões de pessoas sem criar um centavo de riqueza nova. O resultado só pode ser redistribuição forçada, inflação ou endividamento – geralmente os três ao mesmo tempo.
Qualquer pessoa consegue perceber que isso não favorece ninguém, exceto políticos que ganham votos prometendo aumentos “históricos” e burocratas que expandem seu poder de controle sobre a economia.
A redução de R$ 4 na projeção para 2026 é puro teatro fiscal. O governo mantém intocada a estrutura que transforma o salário mínimo em uma bomba inflacionária de repetição, apenas ajusta o pavio para explodir um pouco mais devagar. Enquanto isso, milhões de brasileiros continuam excluídos do mercado formal de trabalho por um piso que deveria protegê-los.
O trabalhador brasileiro merece coisa melhor do que ser usado como instrumento de marketing político. Merece a liberdade de negociar seu próprio salário conforme sua produtividade e as oportunidades disponíveis em sua região.
Até quando vamos aceitar que o governo decida quanto vale o trabalho de cada um? O debate está em suas mãos.


